Alteração Societária Durante o Processo de Execução: Estratégias e Consequências
- Execução Trabalhista
- 28 de jan.
- 2 min de leitura
No universo jurídico, especialmente em execuções trabalhistas, a alteração societária de uma empresa pode gerar reflexos significativos. Abaixo, abordamos as principais estratégias, cuidados e consequências relacionadas a esse tema.

O que é uma alteração societária?
Alteração societária é qualquer modificação no quadro de sócios, no contrato social ou na estrutura organizacional de uma empresa. No contexto da execução trabalhista, isso pode incluir a entrada ou saída de sócios, fusões, cisões ou até a mudança de nome empresarial.
Impacto no processo de execução
Sucessão trabalhista: A alteração societária não exime a nova sociedade ou os novos sócios da responsabilidade pelas dívidas trabalhistas. O artigo 10 e o artigo 448 da CLT garantem que os créditos trabalhistas sejam preservados mesmo com a transferência de titularidade.
Possibilidade de fraude à execução: Caso a alteração societária ocorra para frustrar o cumprimento de uma sentença judicial, ela poderá ser considerada fraude à execução, conforme previsto no artigo 792 do CPC. Isso pode resultar na anulação da transação e no redirecionamento da execução aos sócios responsáveis.
Inclusão de sócios no polo passivo: Em casos de dissolução irregular ou confusão patrimonial, os novos ou antigos sócios podem ser incluídos na execução, ampliando as possibilidades de garantir o pagamento do crédito trabalhista.
Estratégias de defesa
Planejamento societário prévio
Empresas devem garantir que qualquer alteração societária seja realizada de forma transparente e com a devida comunicação ao judiciário, se houver processos em andamento.
Análise patrimonial e documental
Antes de uma transação, é essencial analisar possíveis passivos judiciais. Adquirir ou entrar em uma sociedade sem essa verificação pode gerar grandes prejuízos.
Negociação em juízo
Alternativas como o parcelamento da dívida ou a celebração de acordos podem ser mais eficientes do que tentar "escapar" da execução por meio de mudanças societárias.
Consequências de uma alteração mal planejada
Responsabilização pessoal dos sócios: A desconsideração da personalidade jurídica pode atingir os bens particulares dos sócios.
Dificuldade de crédito e reputação: Alterações realizadas em contexto suspeito podem impactar negativamente a credibilidade da empresa no mercado.
Anulação de atos societários: Caso configurada fraude à execução, o juiz pode determinar a nulidade da transação e a continuidade da execução sobre o patrimônio original.
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